quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

9 anos depois cá estou eu

domingo, 20 de maio de 2012

 A persistente Luta pelos nossos direitos valeu a pena (deu frutos ).


A CNOD- Confederação Nacional dos Deficientes no dia 20 de Fevereiro de 2012 teve uma reunião com o Sr. Secretario de Estado da Segurança Social, Dr. Marco António Costa.

Tendo os Dirigentes da CNOD colocado varias questões, entre elas a questão dos Atestados Multiusos de Incapacidade ( doentes crónicos ).

Tendo questionado o Sr. Secretario de Estado de como é possível um doente cronico possuidor de um atestado Multiusos que o dá a incapacidade permanente, ser obrigado a ir de três em três anos a uma junta medica para ser avaliada a sua incapacidade, e para isso ter de pagar 50.00 €

Como era eu que estava ali há frente do Sr. Secretario de Estado e sendo bi-amputado dos membro inferiores (doente cronico) coloquei a pergunta, será que as minhas pernas vão crescer de três em três anos?, para que eu seja obrigado a pagar 50.00 € por um papel que tenho por 0,90 cêntimos.

O Sr. Secretario de Estado teve a capacidade de ouvir e ficando incomodado com a questão colocada,
(no bom sentido), e deu seguimento ás questoes colocadas pelos deficientes, pediu o meu contacto porque ia por esta questão dos doentes crónicos ao  Ministério, passado três semanas recebo carta do Sr, Secretario a informar de que a situação dos atestados de doentes crónicos se encontrava em estudo no Ministério da Saúde, que tem a competência sobre esta matéria.

No dia 16 de maio de 2012 recebo esta circular datada de 11-05-2012 documento que atesta que os doentes crónicos que tenham atestados de incapacidade definitiva mantém-se validos, não tendo de ir a junta medica, pagar 50,00 €.

Mais uma vez digo, LUTAR pelos nossos direitos vale sempre a pena.

As Pessoas com deficiência não podem pagar a crise em que os Governantes colocaram o País.






segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

E dizem eles que o sacrifício é para todos, mentirosos!!!

Exmo. Senhor
Eng. João Proença
Secretário-geral da UGT
Av. Almirante Gago Coutinho, 132
1700-033 LISBOA



CARTA ABERTA

Porto, 23 de Janeiro de 2012
Exmo. Senhor Secretário-geral da U.G.T.

Na qualidade de Presidente da Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho, Instituição sem fins lucrativos fundada em 1976, onde estão inscritos mais de 14 mil trabalhadores/as vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional, venho, mandatado pela Direcção, manifestar-lhe a mais profunda inquietação, surpresa e mesmo indignação, após tomar conhecimento do acordo sobre os direitos laborais que V. Exa. na qualidade de dirigente máximo da UGT assinou no passado dia 18 de Janeiro (dia memorável na Marinha Grande) juntamente com as entidades patronais e o Governo. Do acordo ressalta um profundo retrocesso (que não julgávamos possível) não apenas nos direitos laborais e económicos dos trabalhadores arduamente conquistados, através do aumento da carga horária do trabalho, redução da protecção no desemprego e a redução dos rendimentos do trabalho, mas representa ainda um manifesto menosprezo pelos direitos humanos dos trabalhadores enquanto trabalham. Não se vislumbra no acordo, uma única medida de protecção dos trabalhadores nos seus direitos sociais fundamentais, designadamente em questões relacionadas com a prevenção, segurança e saúde no trabalho, e a protecção em caso de acidente ou doença profissional.

V. Exa. saberá, seguramente, que, nos últimos 5 anos segundo os registos oficiais conhecidos, verificaram-se, em Portugal, 1.177.812 acidentes de trabalho de que resultaram 1.366 mortes e deficiências ou incapacidades permanentes em milhares de trabalhadores.

O que não sabemos é se ao assinar o acordo V. Exa. teve consciência que o aumento da carga horária, a desorganização do tempo de trabalho, as pressões psicológicas sobre os trabalhadores, o aumento da precariedade, o receio do desemprego, o stress, e o desinvestimento dos patrões na prevenção dos acidentes e das doenças profissionais potencia mais acidentes e mais doenças profissionais.

O que não sabemos também, é se V. Exa. teve consciência de que, com o seu aval, muitos trabalhadores vítimas (sem culpa) de acidente ou doença profissional em consequência dos quais ficaram com deficiência ou incapacidade e, com sacrifício e denodo retomaram o trabalho, podem, agora, ser facilmente despedidos por alegada inadaptação.

O que a ANDST sabe, é que V. Exa. ficará na memória de muitas pessoas e famílias a quem seguramente (com as politicas que apadrinhou) faltará o pão e se comprometerá a educação dos filhos, quando o acidente de trabalho ou a doença profissional ou o desemprego lhes bater à porta.

Não o cumprimento com respeito, como gostaria de o fazer, mas despeço-me.

O Presidente da Direcção Nacional da ANDST

Luis Machado