terça-feira, 17 de agosto de 2010

(" FAZ O QUE EU DIGO, NÃO FAÇAS O QUE EU FAÇO ... ")



Mãe de Louça, 79 anos, Assessora da Assembleia da República

(" FAZ O QUE EU DIGO, NÃO FAÇAS O QUE EU FAÇO ... ")
Este está sempre a falar em boys !!!

Até para a mãe com 79 anos arranjou um tacho. E que tacho!!!

e) - FRANCISCO ANACLETO LOUÇÃ, de 49 anos de idade, portador do Bilhete de Identidade nº 4711887, emitido pelo Arquivo de Identificação de Lisboa em 6 de Abril de 1998, filho de António Seixas Louçã e de Noémia da Rocha Neves Anacleto Louçã, solteiro, professor universitário, natural de São Sebastião da Pedreira, Lisboa e residente na Avenida Duque de Loulé nº 105, 1º, Lisboa;

Despacho (extracto) n.º 5296/2010
Assembleia da República - Secretário-Geral

Nomeação da licenciada Noémia da Rocha Neves Anacleto Louçã para a categoria de assessora do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda

Digamos que se trata de uma jovem senhora com 79 anos uma bonita idade para ser nomeada para a AR.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A soldado desconhecida

A soldado desconhecida


por FERREIRA FERNANDES

Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?

Exposição Fotográfica

O Governo quer poupar uns trocos , por outro lado dá benesses a gestores amigos de milhões.

OFICIO CIRCULAR NR.º 183/10 SSPS/NR/Lisboa, 30-07-10

Assunto: Comunicado de Imprensa n.º 041/10 – OS ACTOS NÃO
CORRESPONDEM ÀS AFIRMAÇÕES

O Governo tem vindo a afirmar que defende o Estado Social, mas, na prática, com as medidas que toma, vulnerabiliza as políticas públicas de educação, saúde e segurança social, que dificultam e empobrecem a vida dos trabalhadores e das suas famílias.
E é tanto mais contraditório quando ataca as políticas neoliberais propostas pelo PSD, mas une-se a ele para executar a sua governação.
Prova dessa incoerência é a entrada em vigor, no dia 1 de Agosto, das novas regras para atribuição de prestações e apoios sociais concedidos pelo Estado.
A nova capitação do rendimento do agregado familiar avançada no D.L. n.º 70/2010, provoca um aumento artificial do nível de rendimentos das famílias, o que significa que um maior número de famílias deixará de ter acesso a prestações e apoios sociais, como muitas delas verão substancialmente reduzido o valor dessas prestações e apoios.
O Governo, quando avança com estas medidas, para mascarar os seus objectivos, pretende dar a ideia de que há pessoas ricas a receber estes apoios indevidamente, e que é preciso fazer justiça social.

As medidas tomadas têm uma visão claramente assistencialista porque põem de fora do sistema de segurança social trabalhadores e pessoas com rendimentos médios baixos, reduzindo-lhes ou retirando-lhes os apoios e prestações sociais.
No caso do acesso ao subsídio social de desemprego, com a legislação anterior, uma família com 4 elementos (dois adultos e dois menores), sendo um dos adultos empregado e com um rendimento até 1340 euros, permitia que o adulto desempregado tivesse acesso ao subsídio social de desemprego (419,22€).

Com a nova capitação, esta mesma família deixará de ter direito a este subsídio. Só teria se o seu rendimento fosse inferior a 905 euros.

Por outro lado, o conceito de agregado familiar é alargado, o que é totalmente descabido visto que, dada a situação social existente, há filhos casados e com agregado familiar a viverem em casa dos pais mas com uma economia familiar completamente autónoma, nomeadamente para efeitos fiscais. Mas, amanhã quando o agregado mais jovem requerer o abono de família para os seus filhos, os rendimentos dos avós vão ter que ser contabilizados.
Por outro lado, se o Governo é tão rigoroso nas receitas das famílias, não quer saber do seu nível de despesas e da sua situação social.

A CGTP-IN, sempre defendeu rigor na atribuição das prestações sociais e na sua fiscalização, mas as medidas tomadas têm um objectivo claro que é o de reduzir as despesas sociais, atingindo em geral os trabalhadores e pessoas que vivem exclusivamente dos rendimentos do trabalho, e depois escudam-se nos que têm bens imobiliários no valor de 100 mil euros.
Outra medida incompreensível é a que o Governo tomou em relação ao abono de família, dado que não se tratava de nenhuma medida excepcional.
À “boleia” das medidas anti-crise, que revogou ou não renovou, pôs termo à atribuição do abono de família adicional para apoio nas despesas escolares, mantendo apenas para os beneficiários do 1.º escalão.

Para quem diz defender o Estado Social e não desconhece quais são os encargos que os pais têm em Setembro com o regresso dos filhos à escola, é por demais incompreensível alterar esta prestação social, que foi tão criticada pelo PS, na oposição, tendo vindo depois a alterá-la, alargando esta atribuição adicional do abono a todos os escalões. Mas agora repõe a legislação anterior de Bagão Félix.

Feitas as contas quais são os beneficiários que têm acesso ao abono de família adicional:

Rendimento Familiar anual            N.º de Filhos

                                                    ...... 1...Não tem direito                 
6.650€ (475€ x 14 meses) »»»»»
                                                    .......2...Tem direito

                                                    .......3...Não tem direito
13.300€ (2 x 475€ x 14 meses)  »                
                                                    .......4...Tem direito

Ou seja, só um agregado familiar, cujo rendimento seja um Salário Mínimo Nacional e com 2 filhos com condições de acesso ao abono de família, tem direito a este mês adicional, mas se ambos os pais das crianças auferirem, cada um, o Salário Mínimo Nacional, mensalmente, só se tiverem 4 filhos é que têm acesso.
Quem defende um Estado Social, não pode tomar medidas desta natureza, para diminuir o deficit e permitir que a Banca tenha benefícios fiscais na ordem das centenas de milhões de euros, quando tem lucros escandalosos.
Defender o Estado Social exige diminuir as desigualdades, redistribuir a riqueza para uma maior coesão social.
Para que os actos correspondam às afirmações, são necessárias outras políticas que reforcem as funções sociais do Estado.

A Comissão Executiva
do Conselho Nacional