quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

OS AMERICANOS COM A SUA IMPOSIÇÃO ATRASARAM AS OPERAÇÕES DE SALVAMENTO ORIGINANDO MAIS MORTES E MUTILADOS.

Amputações superam "o nunca visto", segundo Handicap International

Washington - A quantidade de membros amputados em vítimas do terramoto no Haiti tem poucos precedentes no mundo e deixará

sequelas terríveis, considera a Handicap International, associação especializada na reabilitação de portadores de deficiência, que está presente no país.
"Milhares de pessoas tiveram membros amputados por causa da catástrofe. Em alguns hospitais vimos de 30 a 100 amputações diárias", disse terça-feira o porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Paul Garwood, durante uma conferência de imprensa conjunta em Genebra.

Muitos haitianos perderam um membro durante a queda de um edifício, outros sofreram uma amputação, depois da necrose de um membro que ficou durante dias embaixo de escombros ou de blocos de cimento.

O conjunto dessas mutilações "supera o nunca visto", disse Ewndy Batson, directora da Secção Norte-Americana da Handicap International.
Essa organização, que recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1997 por sua campanha contra as minas antipessoais, levou ao Haiti os seus integrantes vindos da China e Paquistão, onde realizavam diversas missões humanitárias.
Menos de 48 horas depois do sismo que provocou pelo menos 150 mil mortos e 194 mil feridos, a ONG enviou da França uma tonelada de equipamentos: cadeiras de rodas, próteses, muletas e bengalas.
"Estamos a construir uma base de dados (das pessoas amputadas) e estamos a entregar o material necessário para que os ferimentos cicatrizem, colocamos próteses DynaCast, com uma duração compreendida entre quatro e seis meses", acrescenta Batson.
"Mas tendo em conta a devastação das infra-estruturas médicas, as intervenções mais técnicas que permitiriam salvar um membro não podem ser feitas", indica. Nesse caso se decide pela amputação "para evitar que (os pacientes) morram de infecção", lamentou.
A Handicap Internacional prevê manter a sua missão no Haiti a longo prazo, com a instalação de uma fábrica de próteses permanentes. Vários técnicos e um especialista já estão no país.

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